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Dia mundial das zonas húmidas. As zonas húmidas são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta, desempenhando importantes funções ambientais e sociais, contribuindo para o sustento de comunidades costeiras (ex: salicultura, aquacultura). Estas zonas integradas na Rede Natura 2000 estão sujeitas a várias medidas de proteção. Contudo  a sobreproteção de algumas áreas, pode afetar a viabilidade de atividades económicas tradicionais, cujo abandono pode comprometer a biodiversidade existente.

O projeto AQUA&AMBI (www.aquaambi-poctep.eu) pretendeu  promover práticas de aquacultura com abordagem ecológica em zonas húmidas do sudoeste da Península Ibérica, como estratégia para reabilitar zonas abandonadas (antigas salinas), e dessa forma de assegurar o fornecimento de alimentos saudáveis e seguros, melhorando a qualidade do ambiente e promovendo a biodiversidade.

A abordagem do AQUA&AMBI envolveu criar ferramenta SIG para apoiar a tomada de decisão relativas ao ordenamento e gestão do espaço aquícola do domínio público hídrico e identificar sinergias com outras atividades económicas, contribuindo para dinamizar o sector da economia azul.
Demonstrou que as zonas húmidas costeiras adaptadas para a aquacultura artesanal ou de abordagem ecológica, assim com a produção de sal contribuem para o armazenamento dos stocks de carbono azul. Verificou que esta forma de produção contribuiu para um catálogo de serviços ecossistémicos, inexistentes em zonas de sapal secas ou naturais, cuja contribuição se limita ao fornecimento de alimentos, e, na ausência de manutenção pode gerar impactos negativos como o abandono de salinas ou parcelas de aquacultura. Nas áreas rehabilitadas observou-se aumento da  reprodução e criação de inúmeras espécies de avifauna ameaçadas de extinção, o favorecimento de processos naturais, e, além do meramente ecológico, uma economia verde e uma economia azul, criando novos nichos ecológicos para fauna selvagem, novos espaços produtivos para empresas locais gerirem o turismo ornitológico, actividades de educação e sensibilização ambiental, organização de experiências de ecoturismo, gastronomia, etnografia e natureza, entre outros.
As zonas húmidas costeiras do sudoeste da Península Ibérica contribuem para as economias locais com base nos seus recursos naturais e na afluência de visitantes de livre acesso a estas áreas. Este contributo é importante para a gestão dos espaços naturais e dos seus usos recreativos compatíveis com a preservação da biodiversidade ameaçada e a subsistência das populações locais e do património cultural do território.

Reuniu-se informação sobre as propriedadesde recursos naturais existentes nestas áreas, tendo-se testado potencial de cultivo de espécies de valor comercial para cultivo multitrófico integrado. Contribui-se ainda com informação para elencar um conjunto de boas práticas e critérios para valorizar os produtos obtidos num cultivo multitrófico e/ou numa forma de produção biológica, de forma a valorizar e diferenciar os produtos obtidos com sistemas de produção sustentáveis.  Promoveu-se a transferência de conhecimento ao setor sobre  práticas de aquacultura de abordagem ecológica, através da elaboração de conteúdos formativos e realização de eventos.
No geral o AQUA&AMBI demonstrou que a aquacultura com abordagem ecológica pode contribuir para Restaurar,Gerir e Valorizar as zonas húmidas.

O consórcio do AQUA&AMBI é constituido por sete parceiros, de Portugal o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA/ARH-Algarve), e de Espanha a Universidade de Cádiz (UCA), a Fundación Centro Tecnológico de Acuicultura de Andalucía (CTAQUA), o Instituto de Ciencias Marinas de Andalucia-Consejo Superior de Investigaciones Científicas (ICMAN-CSIC), a Agencia de Gestión Agraria y Pesquera de Andalucía (AGAPA) e o Instituto de Formación Agraria y Pesquera de Andalucía (IFAPA).

 

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